Paraíso, Anápolis, Goiânia, Porto Nacional, Palmas... Quais são suas origens? De onde você veio? Apesar de estarmos falando de espaços geográficos, todos e todas nós que habitamos este mundo viemos de um ventre de uma mãe.
Foi em busca de suas “Raízes de Amor”, que o Poder Judiciário do Tocantins (PJTO), ouviu mães de servidores e servidoras, magistrados e magistradas neste mês de maio. Uma forma de homenagear os quase três mil colaboradores(as) de sua força de trabalho neste Dia das Mães, celebrado no próximo domingo (12/5).
Você vai ler nesta reportagem:
¿ Ser mãe é padecer no paraíso
¿¿¿¿ Mãe resiliente, filha guerreira - “Juliana tem enfrentado batalhas e tem vencido"
¿¿¿¿“Mamãe, a senhora não é minha mãe, hoje eu sou sua mãe”
¿¿¿¿ Se reconhecer no amor
¿¿Amor sem medidas
¿¿¿¿Gratidão e laços eternos
Quando a gente vê a palavra mãe e paraíso na mesma frase, de pronto já imagina uma maternidade fácil, sem grandes obstáculos. Mas este não é o caso da aposentada Neci Ribeiro dos Santos, 62 anos, mãe da assessora Jurídica de 1ª Instância no Núcleo de Parametrização na Diretoria Judiciária (Dijud), Kellen Cleya dos Santos Madalena Stakoviak. Por mais clichê que seja a frase: “Ser mãe é padecer no paraíso”, foi exatamente assim que Neci vivenciou sua maternidade após sair de um divórcio conturbado quando a Kellen tinha apenas quatro anos, e se mudar para Paraíso do Tocantins, a pouco mais de 70 Km de Palmas, onde mora até hoje. Já que, inicialmente, ficou quatro meses longe dos filhos, um marco em sua vida. Mas, Neci correu atrás, se organizou pra trazê-los e foi lá que criou os três filhos. Lá também ela viu as batalhas e vitórias de sua filha Kellen até que ela chegasse ao Judiciário tocantinense.
Fé e superação
“Vim com a fé, a coragem e a vontade de vencer! O momento mais desafiador na minha vida foi de sair de Araguatins, deixar eles em Amarante, do Maranhão, junto com meus pais, e vim pra cá pra trabalhar, pois eu já era funcionária do Estado, na época Estado do Goiás. A única coisa que eu fazia era ir pra igreja, foi quando eu aceitei Jesus, graças a Deus”, lembra Neci destacando o dito popular: ‘não vem pelo amor, vem pela dor’.
“Eu aceitei Jesus nessa época de sofrimento e até hoje estou na igreja. Só eu e Deus sabemos o tanto que eu passei pra hoje eu ver meus filhos na situação que eles estão atualmente. A Kellen brincou pouco, começou a trabalhar quando tava na 6ª série, na cantina da escola. Ela não tinha recreio. Enquanto os coleguinhas dela estavam brincando, ela estava na cantina trabalhando. Depois veio a faculdade, ela saía todo dia às 5h pra Palmas e voltava meio-dia pra trabalhar. Hoje a Kellen é essa mulher maravilhosa, com uma história linda, gratificante, que só me dá orgulho e realizou todos os sonhos dela, inclusive dar aulas”, disse.
Como mãe, considero que eu venci, pois sempre tivemos muitos desafios, mas nunca desistimos. Amo muito meus filhos e no Dia das Mães o coração fica dividido, pois dois moram fora do país. Então, meu abraço a Kellen em nome dos três, inclusive pela mãe maravilhosa que ela é, elogia dona Neci.
Quem também passou por alguns percalços foi a professora aposentada Ana Maria Nogueira Rodrigues, 63 anos, mãe da técnica judiciária da Secretaria Unificada das Varas Cíveis da Comarca de Palmas, Juliana Nogueira Rodrigues, 34 anos. Caçula de quatro irmãos, Juliana tinha apenas cinco anos quando viu seu pai sair de casa e nunca mais voltar. Foi o primeiro desafio que a vida lhe impôs. Com a dificuldade financeira, correu atrás de uma bolsa de estudos em sua escola. Mais tarde, em 2014, já formada em sua primeira graduação, Fisioterapia, foi ela quem cuidou do pai por 20 dias quando ele teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
2023 não foi um ano fácil para Juliana. Em março, veio sua primeira provação, a perda do pai, e mesmo distante, ela não se furtou e o velou em Cuiabá (MT). Já em agosto do mesmo ano, o gostinho da vitória veio com a convocação para assumir o cargo de agente da Polícia Civil em Goiás, onde havia passado no concurso. Porém, outro golpe do destino a esperava, o diagnóstico de câncer de esôfago de seu esposo Bruno Gomes, 42 anos. Apesar da tensão da notícia, foi o próprio esposo quem a incentivou a ir em busca da tão sonhada estabilidade financeira.
“Juliana tem enfrentado batalhas e tem vencido. A minha filha foi sozinha pra Goiás e meu genro ficou aqui com meu neto para fazer o tratamento, e eu sem poder ajudar, pois estava com o braço operado. Só depois de se organizar lá é que eles foram. Não foi fácil, mas eles não afligiram, tiveram muita fé e perseverança, e hoje o Bruno está praticamente curado. E Deus é tão bom com minha filha que na Semana Santa deste ano ela estava lá em casa quando viu a lista do Tribunal de Justiça do Tocantins convocando ela. A alegria foi demais, nós pulamos, nós gritamos, sabendo que ela ia voltar”.
Só tenho a agradecer a Deus. Minha filha é minha companheira, uma serva do Senhor, tem um sorriso que deixa a gente em paz, ela é muito tranquila. Pra nós, a Juliana é uma pessoa especial, linda, forte e corajosa, um presente na minha vida - professora aposentada Ana Maria Nogueira
“Mamãe, a senhora não é minha mãe, eu sou sua mãe”. A fala é da servidora Andreia Teixeira Marinho Barbosa, coordenadora do Núcleo de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Nufam) e quem nos revela é sua mãe, a aposentada Elizia Teixeira Marinho, 79 anos, que conta que ela sempre fala que agora ela quem é a “mãe” dos pais.
“...E parece que é mesmo, os cuidados da Andréia comigo, e com o pai, é especial. Inclusive, a gente se trata de uma para a outra corujinha, coruja daqui, coruja dali. Tudo dela é coruja, na casa dela é cheio de coruja. Tem uma chácara que eles fizeram com o nome de coruja. Eu acho que ela me chama assim porque sou miudinha, eles falam que eu tenho a cara de coruja. Eu gosto de chamar também meus meninos, meus raios de sol, aqueles para mim são os raios de sol, que brilham na minha vida e na vida do Pedro”, disse Dona Elizia.
Casada há 52 anos com o senhor Pedro Marinho, 82 anos, ele hoje enfrenta a luta contra a demência. Ela explica que a filha, durante a semana, dá uma passada em sua casa, praticamente todos os dias, para ver como estão as coisas com os pais e enfatiza: “Todo domingo é sagrado, o almoço é na casa da coruja”.
As duas têm um hobbie em comum: o bordado e a culinária. “A gente borda em folha, gosta de cozinhar juntas e hoje eu vejo minha filha realizada no trabalho dela. As meninas me mandam vídeo da ‘chefinha’ e eu vejo que ela trata a todos sem distinção, com muita amizade e isso me deixa muito feliz. Então, nesse Dias das Mães eu te abençoo e quero que você me abençoe porque além de excelente filha, você é uma mãe maravilhosa”, disse Dona Elizia se referindo aos seus dois netos, Juliana, 23 anos, e Tiago, 21 anos, ambos acadêmicos de Medicina.
Então, nesse Dias das Mães eu te abençoo e quero que você me abençoe porque além de excelente filha, você é uma mãe maravilhosa, disse Dona Elizia
Com espírito maternal e acolhedor, a mãe dos gêmeos de 20 anos, Marcelo e Melissa, assessora de Cerimonial da Diretoria do Centro de Comunicação Social (Cecom/TJTO), Mara Roberta de Souza Madeiros, pode contar com o apoio de sua mãe, a aposentada Maria Aparecida Mariano, 72 anos, ao longo de quase duas décadas de contribuição ao Poder Judiciário. “Quando a Mara foi pra Israel eu fiquei 20 dias com os bebês. Hoje a gente olha pra trás e tudo é festa”, relembra dona Cida Mariano como é conhecida.
É com o auxílio da dona Cida que Mara Roberta confia quando precisa se ausentar de casa para se dedicar aos diversos eventos do Poder Judiciário, por todo o Estado, seja em qual comarca for. Desde uma reunião na sede do Tribunal à uma entrega de obra, inauguração de projetos, promoção de eventos, seja este evento da dimensão que for, regional, nacional ou internacional. Lá está ela, Mara Roberta, e na retaguarda, dando todo o suporte necessário com seus filhos e gatos - sim, ela ama os bichanos, tem sete -, está a sua mãe.
Vinda de Natal (RN) com a família nos idos de 1998, a paranaense Cida explica que não queria vir, mas seu esposo, à época, não abria mão de tentar a vida no novo Estado. “Eu tive a Mara em São Paulo e depois nos mudamos pra Natal, então eu já estava acostumada com o Nordeste e não queria vir, mas meu marido queria vir para o Tocantins. Quando chegamos na balsa, que vi aquele rio escuro, me bateu um desespero. Mas dizem que não há choro que dure uma noite, e a alegria vem pela manhã. Foi o que aconteceu comigo. Hoje meus filhos estão todos criados e realizados, por isso também sou uma mãe feliz e realizada”, disse.
“Olha a Mara, que história bonita no Tribunal, ela ama o que faz. Mas quando chegou, começou na TV Lajeado, foi pro Jornal do Tocantins e depois passou no concurso do Estado e o desembargador pediu ela emprestada e nessa já quase são 20 anos emprestada, nunca mais voltou. Ela é muito feliz com o trabalho dela, se achou. Tenho muito orgulho da minha filha, como mulher, esposa, profissional e mãe que é”, dona Cida Mariano.
Tenho muito orgulho da minha filha, como mulher, esposa, profissional e mãe que é - dona Cida Mariano
Driblando as barreiras físicas, fomos até Anápolis (GO), de forma virtual, onde vive a pedagoga aposentada Cleide Olinda Alves de Morais, 69 anos, para ouvir um pouco sua experiência na maternidade. Dona Cleide, assim como seu esposo, o promotor aposentado Ronivan Peixoto de Morais, 72 anos, é de Ipameri (GO), município a cerca de 200 Km de Anápolis (GO). Mas foi em Brasília (DF) que eles tiveram três filhos dos seus quatro filhos, dentre eles, o Roniclay Alves de Morais, hoje, juiz auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO).
Ela conta que uma das principais características de seu filho é o companheirismo. “Ele e o irmão mais velho, o Ronivan Júnior, eram inseparáveis, era lindo de se ver. O Roniclay é aquele tipo de filho super companheiro, então quando ele passou no concurso e nós o levamos com a mudança, eu chorei muito porque eu ficava imaginando quem ia cuidar do meu filho”.
“Foi muito gratificante ver meus filhos tendo o pai como o maior exemplo para eles, tanto que todos foram para a área do Direito. O Roniclay foi uma criança maravilhosa, ele era muito organizado, todo arrumadinho, todo no prumo. Foi um rapaz que não me deu trabalho, não foi aquele adolescente difícil. Hoje vendo o crescimento profissional dele, fico encantada com a capacidade dele, é uma coisa admirável”, destaca Dona Cleide sobre a carreira profissional de seu filho Roniclay na magistratura.
“Eu sou chorona, emotiva e quando chegam essas datas, aniversário, Dia das Mães, pra mim é sempre muita emoção. É um dia que eu fico feliz, mas eu choro, porque vêm as homenagens, eles escrevem coisas lindas. Eu fico muito tomada de emoção. Muito, muito, muito. E é sempre bom você poder ouvir isso dos filhos, emociona e alegre o coração. O que me resta é agradecer a Deus e pedir, diariamente, a proteção de Jesus e Maria, que ela o cubra com seu manto sagrado e que ele possa continuar conduzindo sua vida, a sua carreira, com a proteção dela, sempre, sempre, sempre. Amo sem medida”.
O que me resta é agradecer a Deus e pedir, diariamente, a proteção de Jesus e Maria, que ela o cubra com seu manto sagrado e que ele possa continuar conduzindo sua vida, a sua carreira, com a proteção dela, sempre, sempre, sempre. Amo sem medida - Cleide Olinda Alves de Morais
Gratidão também é o sentimento externado pela Dona Mont' Serrat, como é carinhosamente chamada a Maria Mont' Serrat Ribeiro Prudente, que segue por toda a entrevista agradecendo a Deus pela vida que tem. E não é pra menos. No alto dos seus 93 anos, foi ao lado de seu esposo Delveaux Vieira Prudente, 99 anos, com quem compartilha 73 anos de matrimônio, que construiu uma bela família. Tiveram seis filhos, 13 netos e 11 bisnetos.
Morando em Goiânia (GO) a maior parte de sua vida, Dona Mont' Serrat nos concedeu esta entrevista em Palmas, onde esteve no final de abril para uma dupla comemoração em família. Era o batizado e aniversário de 1 ano de seu bisneto Heitor – filho do neto Daniel Prudente e esposa Camila –, e batizado do bisneto Álvaro , de 4 meses – filho do neto Arthur Prudente e da esposa Bruna –, ambos netos de sua filha, a desembargadora e vice-presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins, Ângela Maria Ribeiro Prudente.
“Sou uma mãe realizada! Eu não posso me queixar de nenhum filho, mas a Ângela me ajudou muito porque ela toda a vida foi muito responsável, me ajudou com todos os meninos, com todos. A Ângela sempre foi o meu ponto de apoio. Muito inteligente, muito capacitada, às vezes tinha que chamar a atenção dela porque ela queria avançar a noite estudando, pois desde criança sempre foi muito responsável”, disse a dona Mont' Serrat.
Sou uma mãe realizada! Eu não posso me queixar de nenhum filho, mas a Ângela me ajudou muito porque ela toda a vida foi muito responsável - dona Mont' Serrat
Formada primeiro em Administração, a segunda filha do casal seguiu os passos de seus pais e, como tal, mais tarde, formou-se em Direito. E quando o assunto é a carreira da desembargadora, atual vice-presidente do TJTO, os caminhos trilhados no Poder Judiciário do Tocantins (PJTO), passando pela diretoria do Foro da Comarca de Palmas, presidência do TRE-TO e até mesmo a presidência do TJTO, Dona Mont' Serrat declara: “Fico encantada com ela. Pois a Ângela sempre foi uma menina dedicada, estudiosa demais, só me deu alegria e muito orgulho. Uma bênção de Deus na minha vida. Te amo!”.
E foi inspirado nestas raízes, nestas mães, que floriram e deram bons frutos, que hoje o Tribunal de Justiça conta com a dedicação de cada fruto deste, nutrido de seu amor e que aqui emana dedicação em seus afazeres diários.
Por isso, nesta data tão especial, o Poder Judiciário do Tocantins reconhece a importância da Mãe, este ser especial que nos permitiu ser filho e filha. Seja sob desafios, fé, superação, apoio, cuidado, gratidão! Cada mãe revela marcas de sua jornada na maternidade, mas, em todas, seja onde for, um sentimento em comum, o amor.
A todas as mães servidoras do Poder Judiciário do Tocantins nossa homenagem. Um Feliz Dia!
Se precisar, entre em contato.
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