Eu passava na porta da construção do Fórum e falava: eu vou trabalhar aqui nesse prédio. O meu lugar de trabalho vai ser aqui. E é engraçado que essas coisas, quando a gente fala, que profetiza, acontece.
Disse a servidora Cláudia Bizinotto Kertsz de Oliveira sobre a construção do Fórum de Palmas - Palácio Marquês São João da Palma. Sua história ilustra o mês de Outubro no calendário institucional 2024. O produto, juntamente com a agenda, faz parte do kit comemorativo dos 35 Anos do TJTO e traz uma série especial com homenagens a pessoas que contribuíram para a construção da história da Casa de Justiça. As 11 histórias estão publicadas no site do TJTO e o acesso pode ser feito pelo QR Code disponível em cada mês do calendário.
E foi desta forma que Cláudia começou a trabalhar no Poder Judiciário do Tocantins (PJTO). A servidora acredita que tudo começa no pensamento, pelo desejo, pelo querer. E, em 2006, após a dedicação aos estudos, é que veio a realização deste sonho com a aprovação no concurso para escrivã judicial.
Desde então, ela atua no mesmo lugar quando ingressou no Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), na 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Palmas. Cláudia fez a prova grávida de seu primeiro filho, Paulo Júnior, e foi a última servidora a ser chamada, tendo tomado posse em março de 2006.
Dezessete anos depois, Cláudia diz que ama o que faz e enfatiza: “Hoje eu digo que eu nem trabalho, porque eu amo tanto o que eu faço que não considero nem trabalho. Não é trabalho, faço tudo com muito prazer! Nunca pensei, hoje eu estou com preguiça, vou enrolar, nunca! Aqui a gente é meio que terapeuta um do outro e quando chego, todos os problemas se acabam, pois o foco é tentar fazer o melhor pro cidadão”.
A servidora se lembra de um processo impetrado por um sindicato de professores em que houve ganho de causa e muitos deles nem sabiam que tinham dinheiro para receber. E, já na fase da expedição do alvará, ela ligou para um por um informando do valor devido a ser recebido, ressaltando que não se tratava de golpe e prestando-lhes os devidos esclarecimentos.
A mineira uberabense é formada desde 1995, em Direito, pela Universidade de Uberaba (Uniube). Cláudia sempre quis fazer Direito, mas advogar não foi a área em que mais gostou de atuar. “Atuei na advocacia assim que me formei, mas não me identifiquei muito não, sempre quis mesmo trabalhar com o público. Eu sou muito intensa, companheira, amiga. Me doo muito, às vezes penso mais no outro do que em mim”.
O servir ao público do exercício da função da escrivã Cláudia poderia facilmente ser confundindo com altruísmo da pessoa da Cláudia. ‘Amor espontâneo pelo próximo’, assim define altruísmo, o dicionário Michaelis.
Este é o lema da vida de Cláudia. De família de comerciantes, ela se lembra dos tempos de infância, em Uberaba (MG), quando voltava das férias escolares e todo mundo contava uma historinha de onde eu tinha passeado, e ela nunca tinha ido a lugar algum. Hoje ela não para! Além de percorrer o Brasil, já extrapolou as fronteiras e conheceu o Chile e a Argentina, e se prepara para levar a filha para conhecer a neve como presente de aniversário de 15 anos, também no Chile. Agora não lhe faltam histórias e já conta os dias para o próximo destino.
“E eu falava pra minha mãe que quando eu casasse, eu ia morar bem longe, e quando eu voltasse ia ter uma banda de músicas me esperando no aeroporto, porque eu não aguento esse negócio de não ter que viajar. Tanto é que hoje, sempre que posso, eu viajo, eu gosto de viajar. Eu vou passar o Natal aqui, com a família do meu esposo, passo Ano Novo com a minha mãe, e depois vamos pra Bahia”.
“Sou de uma família antiga e tinha me inscrito pra um concurso da Procuradoria-Geral do Estado, e eu fui passando de fase e minha mãe falou que eu só iria vir embora se eu fosse casada. Acabou que, em seis meses, eu me casei, vim pro Tocantins e não passei na fase final. Tudo que falei, profetizei, aconteceu! Quando a gente namorava, planejava o futuro e eu sempre dizia que queria um casal de filhos, falava que quando fosse casar ia morar longe pra poder viajar, depois passava aqui na porta e falava, eu vou trabalhar ali, e tudo se cumpriu. Então assim, essas coisas que eu falo, realmente, às vezes eu tomo pra mim mesma. E, quando a gente acredita e se planeja, Deus nos abençoa!”.
E foi assim que, após 11 anos de namoro, Cláudia se casou com o escrevente do Tabelionato de Taquaralto, Paulo Alexandre Kertsz de Oliveira, 51 anos, e tiveram dois filhos, o Paulo Júnior e a Bruna, e em 2006, vieram pro Tocantins.
Um dos marcos da carreira da servidora foi a modernização do Judiciário com o advento do Sistema de Processo Judicial Eletrônico (Eproc), implantado em 2011. Cláudia acompanhou de perto a transição dos processos do papel para o digital. “A nossa rotina mudou drasticamente, porque o Eproc possibilita que os advogados peticionem de qualquer lugar que eles estejam. Então, às vezes ele tá de férias, passeando com a família, até mesmo na praia, por exemplo, e consegue cumprir o prazo que ele tem, consegue fazer até mesmo uma audiência por videoconferência. O Eproc causou uma verdadeira revolução no Judiciário”.
“Eu pude passar pela modernização do Judiciário, que foi um marco muito importante e desafiador, que foi o processo de digitalização dos processos com a implantação do Eproc. Era algo que assustava e ao mesmo tempo nos impulsionava para dar uma prestação jurisdicional mais célere. Quando cheguei aqui, em 2006, era tudo diferente, os processos eram físicos, eram muitos servidores para lidar com toda a papelada e tínhamos mais contato com as partes, pois eles precisavam vir mais ao Fórum, era muito mais movimentado”, destaca a servidora Cláudia, lembrando que, na época, eram cerca de quatro mil processos para digitalizar e o apoio dos estagiários foi fundamental na força-tarefa.
A servidora explica que, apesar de todo o desafio trazido pelo sistema, a equipe não mede esforços para atender todas as demandas e cumprir as metas exigidas. “É um desafio para nós, servidores, acompanharmos os prazos sempre em dia, mas não medimos esforços para que todos os processos andem dentro do prazo, assim como nos empenhamos bastante para cumprir as metas estabelecidas, porque é importante para o jurisdicionado essa prestação”, enfatizou.
O cidadão quer que o problema dele seja resolvido, e dentro do processo existe uma vida, e o trabalho que a gente faz pode modificar a vida da pessoa. E quando a pessoa chega ao Judiciário, muitas vezes já tentou de outras formas resolver o problema, então o Judiciário, às vezes, é a última esperança que ela tem, por isso nos empenhamos bastante para resolver tudo que chega até nós, de uma forma bem eficaz e rápida.
Confira o vídeo aqui.
Se precisar, entre em contato.
© 2024 Diretoria de Gestão de Pessoas - DIGEP
Versão do Sistema